Hoje, dia dos namorados, recebi de ti dois corações de papel, entrelaçados, com os nossos nomes e a data de hoje. Fez-me refletir em como somos felizes e nos completamos. Não sou de escrever sobre nós mas hoje é necessário, preciso de deixar escrito a sorte que tive, que tivemos os dois.
Foi um encontro casual, daqueles que só acontecem em filmes românticos, mas já passaram mais de vinte anos. Se de inicio foi intenso mas com algum receio do futuro, hoje é intenso e tranquilo.
Não carregamos o nosso passado, cada um tinha uma história de vida diferente que ficou parada no dia em que definitivamente nos juntamos, mas trouxemos a experiência e sabíamos o que não queríamos para nós.
Eu trouxe filhos que depois nos deram netos, netos nossos que nos amam de igual modo.
E assim passaram os anos, a pouco e pouco, trabalhando, passeando e amando em perfeita sintonia e cumplicidade. Fizemos conceções das nossas diferenças, respeitamos as nossas opiniões e unimo-nos no mesmo caminho.
A pandemia juntou-nos todas as horas do dia, retirou-nos as influências externas, muitas das comodidades a que estávamos habituados e quase toda a liberdade de sair, mas a vida mostrou-nos que continuávamos felizes e companheiros mesmo de um modo diferente.
Sentimos a falta dos afetos familiares, saudades de conviver com quem gostamos, das brincadeiras e abraços dos netos, isso sim, é díficil de aguentar, mas nós continuamos juntos e sobretudo com saúde.
E há quase um ano que estamos dia a dia, hora a hora, minuto a minuto em perfeito e total convívio, em completa sintonia, com o respeito e alegria de nos termos um ao outro.
Sou grata ao Universo, muito grata.